Coordenação: João Matos Garcia
Colaboração: Arlindo de Sousa
João Cabral
ORIGENS
A ocupação humana no norte de Angola é o resultado de sucessivas migrações, algumas realizadas em épocas recentes. Os povos aqui residentes fizeram parte do grupo Banto que, vindo dos Grandes Lagos, chegou ao Atlântico rodeando o Zaire pela sua margem direita. Outros ramos migratórios vieram juntar-se-lhes, subindo os vales dos afluentes Luabala, Cassai, Cuango, etc. A zona do Quitexe constituiria uma região de cruzamento de migrações e é maioritariamente habitada por povos Bahungos e N’Golas.
In Nunes, António Lopes Pires – Angola 61 Da Baixa do Cassange a Nambuangongo, Prefácio 2005
MAHUNGOS
Os mahungos (do sub-grupo etnolinguístico quimbundo) estabeleceram-se nesta área empurrados do norte pelos bassorongos e baxicongos (do sub-grupo Quicongo) quando estes atravessaram o rio Zaire e começaram a espalhar-se na margem esquerda do rio, talvez no séc. XIV. Resistindo bem a esta pressão conseguiram manter-se durante muito tempo na parte sul do Bembe descendo, depois mais para sul. Constituindo-se em pequenos sobados, os seus chefes (sobas ou dembos) eram subordinados do Rei do Congo.
Aldeia mahunga na zona do Quitexe 1933/35 fotos – Elmano Cunha e Costa - Instituto de Investigação Científica Tropical
N’GOLAS
Os N´golas, residentes nesta área do Quitexe são apenas uma pequena franja deste grupo quimbundo maioritariamente localizado a sul do Dange onde estavam organizados no reino independente do Ndongo (ou Ngola).
Tendo o rio Cuanza como eixo orientador os N’golas ocupavam uma zona que ía do litoral até às regiões de Pungo Andongo e de Duque de Bragança. Há uma certa identificação dos n’golas aos gingas que, segundo alguns antropólogos, remonta ao tempo em que o sul do Reino do Congo foi invadido pelos gingas. No entanto certos autores (Hélio Felgas – As populações nativas do Norte de Angola, Lisboa 1965) mantêm a distinção considerando-as duas etnias diferenciadas.
O Reino do Ndongo formou-se no século XIV com migrações de povos do centro de África que se instalaram na Matamba. O chefe destes povos, Ngola a Nzinga avançou para o Cuanza e conquistou as terras quase até ao mar. O seu filho Ngola a Mbandi criou o Reino do Ndongo com a capital em Mbanza Kabassa. Este reino, até perto de 1563, pagava tributo ao Reino do Congo. Os portugueses entraram oficialmente em contacto com o reino em 1520, no reinado de Ngola Kiluanje, mas muito antes dessa época já havia relações entre os Ngolas e os comerciantes portugueses que estavam no Congo. Este reino manteve a sua independência até 1671, ano em que os portugueses venceram e mataram o rei Ari II em Mpungo a Ndongo (Pungo Andongo)
Carta dos três Reinos de Congo, Angola e Benguela com os países vizinhos (Dongo, Matamba, Kassanji) No fim da Guerra Civil, em 1834, as possessões portuguesas além-mar, eram como segue: Em Angola havia dois reinos, o de Angola que se estendia do rio Ambriz até ao Cuanza; e o reino de Benguela que ia do Cuanza ao Cabo Negro. No sentido leste/oeste não passaria das 100 léguas a influência portuguesa para o interior onde haveria cerca de 370 sobas subordinados à autoridade portuguesa.
Esta diferenciação étnica, entre N’golas e Hungos manteve-se, no Quitexe, até aos nossos dias vivendo as comunidades em povoações separadas, mas sem sinais de agressividade expressiva, também pelo facto de pertencerem, na sua maioria a uma igreja comum, a protestante.
A distribuição destas duas etnias, por sanzalas, era a seguinte (1961):
N’Gola – Ambuíla, Quimbinda, Luege, Taela, Cacuaco, e Dambi N’Gola;
Hungo – Quitoque, Quimassabi, Tala M’Banza, Cuale, Bumbe, Mungage, Catenda, Aldeia, Zenza Camuti, Quimulange, Cahunda, Tabi, Combo, Quimucanda e Catulo.
Refira-se que depois do início da guerra foram poucos os N’Golas que se “apresentaram” às autoridades portuguesas, mantendo-se nas matas ou, a maioria, refugiando-se no Congo.
Sanzalas e fazendas na área do posto administrativo do Quitexe - 1961 (João Nogueira Garcia)
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