Li hoje a notícia, transcrita abaixo, que o comboio vai voltar a apitar até Malanje, se tudo correr como planeado, até ao fim do ano. É uma óptima notícia para o desenvolvimento económico daquela região.
Recordo-me de o meu Pai contar as diversas viagens que fez, naquela linha, de Luanda até Lucala e, a partir daí, por estrada até ao Quitexe via Samba Cajú e Camabatela.
Dizia ele que numa subida muito íngreme o comboio ganhava balanço, mas quando vinha muito carregado, não conseguia transpor o cume. Para aliviar a carga o maquinista mandava sair todos os da terceira classe (os negros). Recuava o comboio, ganhava novamente balanço, a locomotiva no máximo, mas as rodas rodando cada vez mais lentamente e ainda faltavam uns metros para atingir o cimo. Nada feito, o comboio recusava-se a avançar. O maquinista gritava, então:
- Os da 2ª classe saem e vão a pé e os da 3ª empurram!
Ramal ferroviário da linha de Ambaca até Colungo Alto. Este ramal foi construído de 1907 a 1909 no governo de Paiva Couceiro, mas não evitou o declínio da importância da Vila de Colungo Alto que, como centro administrativo, tinha sido elevada, em 1854, a capital do distrito com o mesmo nome. A construção do caminho de ferro de Ambaca desviou para essa via quase todo o tráfego que anteriormente passava através de Colungo Alto, pela estrada real que ligava os sertões do Leste com a capital de Angola. A importância como centro de convergência económica foi-se transladando para N'Dalatando, então uma pequena povoação.
Ramal da linha de Ambaca até Colungo Alto
Linha férrea de Ambaca (depois prolongada até Malanje)
Comboio chega a Malanje até ao fim do ano
Luanda – A circulação dos comboios de passageiros e mercadorias entre Luanda e Malanje será reatado até ao final deste ano - reafirmou o director-geral dos Caminhos-de-ferro de Luanda (CFL), Manuel Gougel Rodrigues.
Em declarações à Angop, Manuel Gourgel Rodrigues adiantou que se se cumprir o programado o comboio deve "apitar" em Malanje até ao final deste ano.
Explicou que, no âmbito do programa de reabilitação e modernização dos Caminhos-de-ferro de Luanda, a linha já se encontra assente até Malanje e as estações reparadas.
Manuel Gourgel adiantou que decorre o processo de consolidação do trabalho de reabilitação, nomeadamente o levantamento da linha para colocação de balastro (Pedra britada, areia, com que se cobrem as travessas do caminho-de-ferro) e torná-la mais segura, e a fazer as correcções necessária para evitar percalços.
Disse que se pretende criar condições técnicas para que os comboios possam circular a uma velocidade comercial de até 80 quilómetros por hora, e aumentar a sua rentabilidade.
O director dos CFL sublinhou que, uma vez concluído o processo de reabilitação e modernização dos caminhos-de-ferro, em particular o de Luanda, o transporte ferroviário vai reconquistar o seu papel nos programas de desenvolvimento agrário e de industrialização de Angola.
Por ser o que mais pessoas e meios pode transportar, a reposição da circulação dos comboios vai permitir o escoamento dos produtos para os centros urbanos e o envio de materiais para o locais de produção.
O Caminho-de-Ferro de Luanda (CFL) foi inaugurado em 1909 com uma extensão total de 479 quilómetros, incluindo pequenos ramais.
Após a independência, o CFL entrou num longo período de declínio, dada a redução do volume de carga transportado (de 301 mil toneladas em 1973 para 54 em 1990), perda de pessoal qualificado, dificuldades financeiras e falta de investimentos resultantes na deterioração da linha.
Outro factor causador da paralisação consistiu no conflito armado, pois o tráfico ferroviário foi frequentemente interrompido, a partir de 1984. Após dois anos de paragem total, o CFL retomou um serviço limitado entre Malanje e Luanda em Agosto de 1991, impulsionado pelos Acordos de Paz de Bicesse.
O retorno do conflito armado em Novembro 1992 originou a morte ou desaparecimento de parte importante do pessoal efectivo do CFL, assim como a destruição total ou parcial de várias pontes, locomotivas e estações.
A reabilitação do CFL faz parte do s projectos para o relançamento da economia e desenvolvimento de Angola.
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