A Administração Municipal do Quitexe, província do Uíge, projecta, para este ano, a construção de sete novas infra-estruturas sociais, no âmbito do Programa Integrado de Desenvolvimento Municipal e de Combate à Fome e à Pobreza.
O administrador municipal de Quitexe, Mendes Domingos, que anunciou o facto à Angop, a margem da visita da secretaria para assuntos politicos economicos sociais e eleitorais do Comité provincial do MPLA no Uige, disse tratar-se de quatro novas escolas primárias de quatro salas de aulas cada, dois postos médicos e um sistema de iluminação pública.
Lembrou ainda estar em curso a construção de uma casa mortuária, uma área de lazer para a juventude, com 10 quiosques, uma residência protocolar, o mercado municipal, depósito de medicamentos, assim como iniciaram os trabalhos de reabilitação de sedes das administrações comunais, o clube juvenil e foi também erguido um parque infantil.
Reconheceu que o fornecimento de energia eléctrica e água potável regista melhorias nos últimos tempos na vila de Quitexe.
"Hoje a energia eléctrica no Quitexe é quase permanente e a água jorra também sem interrupções", reforçou, explicando também estarem em curso obras nas sedes comunais da Aldeia Viçosa, Vista Alegre e Kambamba, em prol da melhoria das condições sociais dos municipes.
Por outro lado, referiu que as condições para o arranque das obras de construção das 200 casas sociais estão ser criadas, avançando que o espaço onde será implementado o projecto já foi limpo pelo empreiteiro.
Localizado a 40 quilómetros da cidade do Uíge, o município do Quitexe está dividido administrativamente em três comunas e conta com uma população estimada em 57 mil 634 habitantes.
“Batuque Mukongo” é o título do novo livro do escritor Fragata de Morais que foi apresentado, ontem na União dos Escritores Angolanos, por José Luís Mendonça.
Neste livro o seu autor traz a público memórias em forma de poesia.
Para o escritor José Luís Mendonça, autor do prefácio, “Batuque Mukongo” é a poesia épica, feita através da história de um país e também dentro de uma perspectiva pessoal do seu próprio autor.
O prefaciador do livro considera ainda que os poemas de “Batuque Mukongo” são uma fonte de inspiração para os jovens, de esperança para os descrentes e de homenagem a Angola, descrita por meio de uma análise profunda, feita por Fragata de Morais, através do tempo.
“Para ser luminosa, a poesia tem de vir à rua com um ritmo próprio, uma certa musicalidade intrínseca, como uma canção silenciosa que soa na alma do leitor, com uma cinestesia formal que faz do verso um edifício, uma paisagem, ou um animal colectivo se movendo entre nuvens de poeira sintagmática”, descreve José Luís Mendonça os poemas de “Batuque Mukongo”.
3
Acreditava que o Sol
não nasceria para além do horizonte
por onde deslizavam
as vozes choradas dos contratados
em seus cantares saudosos
da terra deixada para trás
na ilusão de uma melhor vida
mais sal mais sabão
oração que mal não faz
dinheiro para a escola
panos para a mulher
e a bicicleta de ferro
com farolim brilhante
para alumiar o que não se via
que rugisse soberana
nos carreiros e picadas
que tracejavam o planalto
formigueiro de caminhos
que a todos os sítios do anseio iam
sem levar a lugar algum
a não ser às roças do Norte
às roças muitas vezes da morte
4
Uíge na Uízi
terra onde nasci
catrapim pim pim
que te afastas de mim
Uíge na Uízi
onde nasci
às cinco da tarde
explodi do ventre da mãe
ao canto do pírulas
mãe materna
mãe terra
mãe sorte
mãe água do rio
rio de outras águas maternas
chovidas ou não
chuva rugido de leão
chuva marca leve das pegadas da gazela
nascido para o mundo
às cinco da tarde
no Uíge na Uízi
quase apagada memória
da longa e única rua
de casas de adobe
de pau a pique
em pique de pau
novo e logo envelhecido
no tragar do salalé
que não sabia de arquitecturas
na linearidade da rua
onde o pau a pique
por fora e por dentro
salpicado de barro vermelho
florido de várias camadas de cal
apaziguou os gritos do parto
às cinco da tarde
de um Novembro sofrido
no ventre de uma bela mulher
Alice com Maria mãe de Deus
dores gemidas na culpa bíblica
porém Maria sempre Alice
a embalar em seus braços exaustos
o novo mundo
ainda envolto
nos líquidos maternos
mas logo a chamar
pela boca da avó materna
os antepassados
da linhagem
para o batuque
tuque norte
tuque sul
tuque este
tuque oeste
em cada ermo do mundo
cada tuque batido
uma bênção solta
no balido do cabrito esgoelado
na pele do boi malhado
preto e branco
preto mukongo
branco beirão
batuque mukongo dos reis antigos
fado do branco vindo dos mares
5
Assim nasci
às cinco da tarde
no Uíge na Uízi
terra onde nasci
catrapim pim pim
que te afastas de mim
In Batuque Mukongo
União dos Escritores Angolanos 2011
Poema retirado do blogue http://www.literaturafragatademorais.blogspot.com/
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